[O trapo que se sabe]
[Quase, quase o caniço pensante de Pascal]
Este trapo não mais deseja futurações;
além disto, este trapo pensa que nada merece,
e até ri-se de quem o leva a sério.
Tudo que este trapo quer é ter as suas fibras esgarçadas e cofiadas pelo vento, num pentear suave que não trança confusões de desejos...
E também, este trapo não mais cuida do tempo até a última manifestação da vontade, basta-lhe o vento como criador de sentidos!
Este aqui, oras, é um trapo que se sabe!
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[Desterro, 21 de fevereiro de 2015]