Os Rios que Deságuam em Ti
Por mais longínquos que fluam
os rios caudalosos dos meus sonhos,
minha foz é sempre em teu coração
onde sou lago límpido de mansidão
e, na minha superfície cristalina
tu navegas no barco errante do amor
que velejo nos oceanos do teu ventre
e, no teu colo veludoso eu adormeço.
Sou esfinge alada a sobrevoar mistério,
mistérios que se desvelam ao teu amor;
oh açucena sibilina que desabrochou
com pétalas macias, oh meu grande amor.
Deixe-me percorrer teus caminhos
que deixar-te-ei percorrer os meus;
nossos caminhos entrecruzados, entrelaçados
em um abraço que abraça o infinito.
Por mais longínquos que fluam
os rios porfiosos dos meus sonhos,
deságuo sempre nos teus lábios
que são rubros e doces como o sangue
que corre nos veios da mãe natureza
e, tua beleza, oh açucena, é a das flores;
flor exótica que desabrochou em mim
e perfumou e embelezou os meu jardim.