O porquinho
Por mais que eu não queira
Sem eira nem beira
Fez-se cachoeira
Por sob meus olhos
De tanto que choro
E por mais que eu queira
Que eu tente não vê-la
Descendo a ladeira
Não pude evitá-la
Foi-se embora a mesada
Mais um mês e ela chega
Retorna ao meu bolso
Espero, seu moço
Dessa vez por mais tempo
Não se vá com o vento
Deixe-me por um momento
Iludir-me que a tenho
Escondam-me os sanduíches
“Refris” e sorvetes!
Cinema? Nem teima!
Enquanto ainda posso
Quer queira ou não queira
Embora não seja
Sequer um salário
Pois nem sequer trabalho
Para merecer um ordenado
O pouco que ganho
Com o pouco que tenho
Melhor o pouco no porco
Que o muito no vento