Solidão Povoada
É dessas coisas sutis do amor, essa miragem
Imagem sobre a areia do deserto, feita de cor e calor
Dois braços ao vento, que o tempo fez Oásis
Duas vidas feitas uma por um verso que se faz
Tantas palavras que não se ouvem, que tudo dizem
Basta que se leia com a alma e à ferro e fogo
Basta que o vento encha as velas, embarace os cabelos
Basta que eu descubra a cor perfeita do seu olho
Nem que a tempestade que se forma divida os sonhos
Seria capaz de cega-los, apaga-los do tempo
Nem que a distância nos puna, insônia doida e serena
Seria capaz de tragar o amor em sua essência