CAOS
Se é pra chorar eu rio,
eu oceano, eu me riacho todo.
Desafio todo canto torto,
todo santo aborto de esperar.
Bato aflito as asas depenadas
pelas estradas levando a ilusão,
a corda lá desafinada,
cara fechada, nada quero não.
Pão chegou frio e o beijo amargo,
vou amargando essa sofreguidão,
dissimulado e morto sigo cansado,
esmiuçando quase tudo em vão.
Mas vem um dó, que dá um nó,
mudando a direção.
É tanto tédio, desilusão,
penso que o mundo é meu quintal,
e o espaço sideral é meu porão.
Os objetos espalhados, por todo lado,
o caos, na mais perfeita ordem,
já não condiz ter condição.
Saulo campos - Itabira MG