AO SOM DO BADALO

AO SOM DO BADALO

O assunto é tão abadalado

Como o sino que soa longe,

Como uma boia em alto mar,

Um náufrago a apitar louco,

Sedento cercado de água.

Abadalado o sino ao vento,

O marujo relaxa antes da fúria,

Antes de se perder no amor,

Na melodia das ondas e da dor,

Do se jogar ao mar para esquecer.

A dor da morte era a melhor,

Tudo para esquecer o amor,

Pois tudo faz lembrar você.

Mar na minha mente,

O marulho me relaxa.

Na manha a melodia faz lembrar você,

Levo na mão uma vela,

A luz da vela e o sol,

Transformo a num farol.

Sem razão quero afastar as gaivotas,

Sonhar com você de véu e grinalda,

Quebrar as lágrimas da solidão.

Abadalando eu vou libertar os grilhões,

Vendo o mar com vela na mão,

Procurando a felicidade,

Por que da vela se estou tão cego?

Amo tanto você que me machuco,

Imaginar fogo no corpo de Joana,

Imagino São Longuinho transpassando Jesus

Onde os Santos que não amaram estão?

Você minha muleta minha amada,

E agora a todos sou nanico mudo,

Apenas que corro pelo mundo

Claudicando com um vira-lata atropelado...

Estou cego, manco, sarnento, molhado...

Badalo meus sonhos e em todos há você

Sinto que perco a cada momento...

Venha e apenas me dê sua mão...

André Zanarella 27-04-2014

ABADALADO é uma palavra derivada de badalar.

BADALAR: . Referir indiscretamente, contar. Fazer soar. Tocar o sino.