Desejo de flor
" Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A presença distante das estrelas!"
( Mario Quintana )
Desejo de flor
De utopias eu entendo bem
sempre quis o inatingível
o que estava sempre mais além
o que quase ninguém via
ou as sensações
aquelas
as mais belas
as mais genuínas
tipo
menina sorrindo
num balanço
com os cabelos levados pelo vento
ou o o vestido
da cor do pôr-do-sol
mais bonito
de um carmim
nunca visto
pra ficar diferente
posto que bem inocente
E dos beijos e abraços
sempre quis
a ternura macia
exacerbada às vezes
por um bom vinho tinto
capaz de entorpecer os olhares
ou despertar todos os instintos
que fazem
do cenário amoroso
o mais cálido
o mais lindo
Ah,
das utopias eu entendo
quando vejo
um pouco mais adiante
as ruas baldias de maltrapilhos
ou de jovens sem sonhos
como zumbis nas esquinas
Os meus vagalumes
alumiam mais
que as lâmpadas modernas
são quase estrelas reais
que
Vez ou outra
viram cadentes
e me despertam
em pleno dia
do sono pesado
imposto
pela falta de ideais
As coisas tangíveis
ora!
não há que persegui-las!
O caminho mais florido será
o que antes foi
revelado nas sementes
se não não houver o desejo de flor
um sonho a ser alcançado....
Nada
absolutamente nada
fará sentido!