A espera.

Não lhe direi nada de tudo

Não lhe mostrarei minha indignação

Tenho em minhas mãos

Provas de que não estás sendo um bom rapaz

Traças as escondidas devaneios com as Marias

Trepa de madrugada com as Madalenas

Não sei se deverias ir para o céu com tanto pecado

Nessas noites frias de chuva

Me pergunto se tu tens salvação

E quase sempre a resposta é não.

Não!

Não!

Palavras falsas

Haicais que cegam

Concretismo pesado feito chumbo

Vou te agarrar pelas assas

E com um único puxão

Amputarei seus sonhos alados

Para que não vá além do que meus olhos podem ver.

Por enquanto ficarei aqui a espreita

Esperando a hora certa para a punição.

Att.: A criação.