Cálice de Sonho

A vida entoa sua estranha melodia,

Em passo incerto ensaia a própria dança...

A longa noite passa e vem o dia,

Num ciclo; persegue, e sempre alcança...

O êxtase que anestesia, a doce uva,

Aquece e enche o cálice de sonho,

Vou sorvendo, enquanto escuto a chuva,

Pensando o cotidiano, enfadonho...

Mas, se pouco ri, tampouco chora...

Filosofo e o vinho me observa;

A vida passa, como passa a hora,

E a rotina, finge que a preserva...

Eu ignoro o entorno; busco o vórtice,

Bebendo sonhos, esvazio o cálice...

Allba Ayko
Enviado por Allba Ayko em 21/02/2015
Código do texto: T5145542
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