DESPERTAR
(Sócrates Di Lima)
Amanheceu o dia,
O despertar na colina dos meus pensamentos,
Iluminado pelo Sol da minha poesia,
E acariciado pela brisa dos meus sentimentos.
E nos desfiladeiros das minhas imaginações,
Entre rochas da mata verde da minha esperança,
Corre o rio os meus desejos e tesões,
Do amor infinito perdido na perseverança.
E em um lugar distante,,
perdido no infinito do meu olhar,
Há um oásis de desejo inflamante,
Inquietante, a me esperar.
Deixo as folhas secas das minhas saudades,
Voarem aos desertos das minhas solidões,
E os ventos levarem palavras vazias de ansiedades,
Deixando-me liberto dos presságios das ilusões.
Canta minh’alma, cânticos de louvores,
Hinos de glórias sem as lágrimas das derrotas,
Como se abrem os grotões em flores,
Como quem bate de saudade ás minhas portas.
E assim, abro o céu azul da minha finda melancolia,
Redesenho em versos as minhas fantasias,
Escrevo na lápide do tempo de cada dia,
Letras do enredo do samba da minha alegria.
Chamo pelo teu nome,
Através do pensamento do dia amanhecido,
Como de sede e fome,
Meu corpo necessitasse do teu amor adormecido.
Amanheceu...
Trouxe à manhã a esperança de um encontro maduro,
Nos sonhos de ontem que me rejuvenesceu,
Abriu-me em frestas, rasgou as vestes do Eu nascituro.
Ah! Que minh’alma sucumbe no desejo que me inflama,
Como abrem as flores primaveris,
E eu canto em versos a flamejante chama,
Na pira das minhas querências viris.
Então, abro meus braços e grito na minha intimidade,
Como o escravo que quebra as sua prisioneira corrente,
E deixo amanhecer dentro a minha intensidade,
Toda a esperança de amar uma alma inocente.
E, porquanto gorjeiam no meu céu azul,
Os pássaros dos meus desejos de amar,
Na minh' alma, de Norte e Sul,
Queima e arde o amor, no meu lírico despertar.