Metamorfose
Águida Hettwer

Em uma manhã qualquer de inverno arrebatador,
Fervilham as letras, em tresloucada emoção,
Definhando desilusões do tempo contestador,
Agarro-me nas correntes do sonho com devoção.

Rasgo as folhas do livro, desvio do destino,
Sob pena de arredar o fardo dos dias nublados,
Indiferença gélida de corações em desatino,
Ecos da mente materializados.

Transformo palavras deitadas ao pó em magia,
Espelhos transparentes retratam crônicas de vidas,
Almas encantadas ao suspiro do vento.

Quisera em distorcidas idéias, derramar meu lamento,
Sair do casulo que me cerca, entre idas e vindas,
Alojar-me nas asas da fantasia.


05.06.2007