O parto do poema

Eu vou na boleia

Pr’aquele espaço

Um macio regaço

Meu pequeno pedaço

De um novo papel

Eu te pego, ideia

Em ti eu acredito

Eu te dinamito

Em ti faço um conflito

Misturo mel e fel.

Abre um buraco na mente

Por ele desce a ideia

Uma grande geleia

E vem uma alcateia

É tudo uma confusão

A razão está ausente

Vêm os pensamentos

Junto com sentimentos

Em poucos momentos

Já surgiu um bom grão.

Um relance perfeito

Me revela imagens

São belas as pastagens

Junto a feias paisagens

Que eu tenho que ver

Com todo respeito

Vou juntando isso tudo

Como gari sortudo

Que não precisa escudo

Pra se defender.

Esse bolo só cresce

A cabeça sacode

E então tudo explode

A palavra é quem pode

Trazer ordem pro caos

A palavra então se tece

Mas a palavra é pequena

Mesmo sendo boa a pena

Se a ideia se apequena

Ela procura outras naus.

Silva Edimar
Enviado por Silva Edimar em 20/02/2015
Código do texto: T5144153
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