O parto do poema
Eu vou na boleia
Pr’aquele espaço
Um macio regaço
Meu pequeno pedaço
De um novo papel
Eu te pego, ideia
Em ti eu acredito
Eu te dinamito
Em ti faço um conflito
Misturo mel e fel.
Abre um buraco na mente
Por ele desce a ideia
Uma grande geleia
E vem uma alcateia
É tudo uma confusão
A razão está ausente
Vêm os pensamentos
Junto com sentimentos
Em poucos momentos
Já surgiu um bom grão.
Um relance perfeito
Me revela imagens
São belas as pastagens
Junto a feias paisagens
Que eu tenho que ver
Com todo respeito
Vou juntando isso tudo
Como gari sortudo
Que não precisa escudo
Pra se defender.
Esse bolo só cresce
A cabeça sacode
E então tudo explode
A palavra é quem pode
Trazer ordem pro caos
A palavra então se tece
Mas a palavra é pequena
Mesmo sendo boa a pena
Se a ideia se apequena
Ela procura outras naus.