MEDITANDO

Percorro ruas,

Entro em vielas,

Passeio em labirintos,

Desço e subo ladeiras...

Mas, meus passos seguem em busca

Do caminho para na avenida chegar.

Na aurora o clarão me incandesce,

No arrebol me inclino, silencio,

Reverenciando as cores magia

Do vermelho amarelo

Que faz descer a noite

Para as estrelas luzirem.

Fixo-me no horizonte

Na beleza do porvir.

Chego às margens do rio,

Desdobramento de um lençol sem fim

De águas mornas do aquecer vespertino,

E deleito-me ao ver que sobre essas águas

Deitam-se reflexos que imagens reproduzem,

São efeitos de luzes, são cópias abstratas

De um real que me seduz.

Mais, o meu corpo está sobre solo firme.

Olho agora ao meu redor

Quantos passos apressados

Quanta gente de valor

Que sai em busca de um saciar.

Sigo juntando-me a elas,

Percebo quão vago são os passos

Dos que andam em egoísmo

Que tem como rota

Um segmento vaidoso

Que retalha a vida

Negando-lhe paraíso.

E neste meu meditar

Encontro você, que como eu,

Segue a mesma fileira

Dos que correm em circulo

A procura de ser feliz.

Jair Martins 14/10/02 - 20h05minh