GUERRAS

Guerras, desgraças a vista

Nasce, quando a luz apaga-se

Na sã consciência dos homens mesquinhos

Para reinar o brilho do projétil ágil, devassador

Que atravessa uma linha na direção das vidas

Buscando nelas a dor, cravando o grave da desdita,

Do desespero o pavor.

Destruição das massas.

Vidas a ceifarem outras vidas,

A preço de intrigas,

Atreladas as ganâncias egoístas.

São partidos que partem divisas,

Erguendo a bandeira do desamor,

Dividindo para todos os lados

A assoladora e bastarda ira,

Regimentada pelo clamor.

São pilotões de máquinas

Programadas para matar.

Fileiras de homens carnívoros

Prontos a inocentes exterminar.

No cenário de gritos espargidos por sangue,

Toda esperança é sucumbida

Pelas míseras gangues.

Homens cérebros de estirpe maligna,

Não pensam, vomitam toda crueldade ingerida

Em banquetes sórdidos,

Das decisões o número de mortos.

Eles não só mutilam corpos,

Suas cabeças também são mutiladas,

Navalhadas no frio e fino corte,

Com que abrem por inteiro vidas humanas,

Aprofundando as feridas de uma má sorte.

Pássaros de aço sobrevoam a terra ,

Arremessam fogo,

Pairam sob o azul anil

De um céu sereno que os cobre,

Ignorando o massacre,

Vergonha para os que na vida

Semeiam o ode.

Adiante corpos estendidos gritam trégua.

Caídos no solo ardente das guerras,

A atroz invenção,

Sem voz acenam o adeus,

Salivam um basta

Mais a morte os venceu.

Quadro doloroso e repugnante este,

Cenas repetidas no campo sangrento.

Alucinações dos vivos,

Diversão do poder opulente.

Trégua as guerras!

Quem intentará? Eu, Você?

Somente o amor a cessará.

Jair Martins 21/05/05 00:20h