Tempo, morte e vida
O tempo rei parece cansado
Coitado, anda devagar
Está sempre atrasado
Não consegue imperar
As horas não o obedecem
Não querem trabalhar
Por “tempo” indeterminado
Uma greve estão a tramar
Juntaram-se aos minutos
Que do tempo são súditos
E labutam sem descansar
Ajustaram os ponteiros
E os segundos certeiros
Também vieram a se aliar
Agora, o tempo rei cansado
Encurralado, não tem como escapar
Ficou aprisionado
O “tempo” todo vigiado
Sem poder o dia controlar
Uma divina felicidade
O sujeito teve com a eternidade
Quando ela veio lhe buscar
Com um fúnebre cajado
O seu tempo foi sepultado
E ele, enfim, conseguiu se libertar