Marias II
E lá vai ela, Maria, apressei-me e tive que perguntar:
- Por onde anda a tua dor? Será que o vento carregou?
Ou foi você que superou e, a ferida se fechou? Por onde anda aquela dor
que te fez em mil pedaços e você ficou em cacos, e quantas vezes tu choraras-te;
nas madrugadas teus anseios, teus receios, convenceu o silêncio a te dar respostas,
queria te lançar na fossa?
Por anda aquela dor que te vestiu de luto, deixou na face absurda a expressão de alguém sofrida, que desejou perder a vida?
Por onde anda aquela dor que te deixou em depressão, que te deu medo e aflição
e, quando olhaste para os céus e te cobriste de fé
curaste a dor que em ti havia?
E aquela mulher cheia de crença, sorrindo foi logo se despedindo...
Por onde anda a minha dor? Não sei não mais senti
e, pensando bem, nem parece que um dia a vi, pois em mim
não levo cicatrizes...
E Maria seguiu sorrindo, fazendo gestos e graças,
superando a vida que prega peças
e. eu ali enchi meu coração de fé
e, como disse a Maria sobre a dor, sobre as lagrimas e sobre as feridas;
até já não sei mais, pois minha fé já se refez e renovou-se em você.