_ Quantas vezes _

Quantas vezes nos amamos,

Neste ardor de orvalho intenso...

Onde tudo é mais extenso,

Quanto mais, mais deliramos!...

Em noss’alma, há gozos tantos,

De esplendor em mores cantos!...

Na floresta verdejante,

Navegamos sobre os rios,

A sentir os calafrios —

Neste orvalho flamejante!...

Que desejo alucinante,

Ao voejarmos lado a lado...

Vendo os pés entrelaçados,

Nos lençóis, mais alvejantes!...

Tudo é tão mais que excitante,

Quando desnudamos a rosa

Mais formosa e perfumosa,

— Na alvorada enrubescida!...

Medra a alcova embevecida,

— Nesta alfombra deleitosa!

Desfrutamos na varanda,

Um esplendor de ardores ávidos,

Num almejar de amores cálidos,

Vendo a serra ali de banda!

Debruçamos na varanda,

A rolar nu’a mata honesta,

Qual vergel — linda floresta,

A encantar dois passarinhos,

E adornamos nosso ninho —

(Vendo a Natureza em festa!)

E ao gozarmos noite e dia,

Nesta alfombra esplendorosa,

Qu’é a mais bela e suspirosa,

— Tão repleta de magia!...

Tem perfume — em demasia,

A exalar da essência ardente,

No oscular d’ardor fremente!

E num infindo movimento,

Trespassamos os firmamentos...

— Como dois adolescentes!!

Pacco

Pacco
Enviado por Pacco em 17/02/2015
Reeditado em 07/11/2023
Código do texto: T5140257
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