_ Quantas vezes _
Quantas vezes nos amamos,
Neste ardor de orvalho intenso...
Onde tudo é mais extenso,
Quanto mais, mais deliramos!...
Em noss’alma, há gozos tantos,
De esplendor em mores cantos!...
Na floresta verdejante,
Navegamos sobre os rios,
A sentir os calafrios —
Neste orvalho flamejante!...
Que desejo alucinante,
Ao voejarmos lado a lado...
Vendo os pés entrelaçados,
Nos lençóis, mais alvejantes!...
Tudo é tão mais que excitante,
Quando desnudamos a rosa
Mais formosa e perfumosa,
— Na alvorada enrubescida!...
Medra a alcova embevecida,
— Nesta alfombra deleitosa!
Desfrutamos na varanda,
Um esplendor de ardores ávidos,
Num almejar de amores cálidos,
Vendo a serra ali de banda!
Debruçamos na varanda,
A rolar nu’a mata honesta,
Qual vergel — linda floresta,
A encantar dois passarinhos,
E adornamos nosso ninho —
(Vendo a Natureza em festa!)
E ao gozarmos noite e dia,
Nesta alfombra esplendorosa,
Qu’é a mais bela e suspirosa,
— Tão repleta de magia!...
Tem perfume — em demasia,
A exalar da essência ardente,
No oscular d’ardor fremente!
E num infindo movimento,
Trespassamos os firmamentos...
— Como dois adolescentes!!
Pacco