Do Direito
Li, na lousa vazia do meu peito,
o amor, escrito com o seu giz;
num futuro muito mais que perfeito,
quando sempre quer quem nunca me quis.
Li e, ao ler, me dei esse direito
que se dá, um que se sente feliz;
tanto que perdoa qualquer defeito
e, se não consegue, também não diz.
Nesse direito, que a mim foi dado,
onde há o perdão ou a mudez,
existe, também, a insensatez
de viver o amor só de um lado...
de ser amante e não ser amado;
com direito a sofrer outra vez.
16-02-2015