Do Direito

Li, na lousa vazia do meu peito,

o amor, escrito com o seu giz;

num futuro muito mais que perfeito,

quando sempre quer quem nunca me quis.

Li e, ao ler, me dei esse direito

que se dá, um que se sente feliz;

tanto que perdoa qualquer defeito

e, se não consegue, também não diz.

Nesse direito, que a mim foi dado,

onde há o perdão ou a mudez,

existe, também, a insensatez

de viver o amor só de um lado...

de ser amante e não ser amado;

com direito a sofrer outra vez.

16-02-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 17/02/2015
Reeditado em 11/12/2015
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