BAGACEIRA

A bagaceira assusta e causa medo,

Da podridão exibe o puro extrato,

Enfada e mostra o lado podre e azedo,

Onde os ratos vis mostram-se de fato.

Em movediça lama enterra o zelo,

Com a sujeira, a decência fere e mata,

Sem compromisso e sem qualquer desvelo,

Espalha os males contidos nos ratos.

A bagaceira, um sujo bicharedo,

Monte de vermes e seus correlatos,

Enquanto o justo sofre, muito leda,

Banca e comete criminosos atos.

Impune, a imunda, em largas alamedas,

Sob a sombra de algumas leis nefastas,

Encastelada, vive na riqueza,

Enquanto o limpo na miséria pasta.

Humberto M. Feitosa.