Salvador

Um dia lá no sertão, contam que uma luz rasgô o céu, fazendo clarão, e arguns homi disseram que era uma tar estrela de Davi, anunciando a chegada de um carpintêro, que sarvaria o mundo e dervorveria aos povo a paz e a compreensão. E anssim muita gente em busca dessa luz caminhô, dizem que entre essas gente, tinha ité uns tar rei, que muitos presente levô. “Mais aí uma dúvida vem me preturbá, se eram rei e tinham tanto podê, porque numa manjedora dexaram o garrotim ficá”, mais eu sou memo matuto, dexa pra lá. Mas esse garrotim foi crescendo e a cada dia, dizem que suas bondade já fazia os poderoso se arrepiá, pois corria um boato no sertão que seria ele o homi, que acabaria com as mentira e a tar da corrupção, tinha uma históra, que ele se elegeria presidente da reprública, e era a uva que alimentaria o povo, e através do trabaio multiplicaria o pão, diziam ité, que ele tomaria as terra de que tem muita e daria aos que prantam, mais sem sê atrás das unha, não tem nem pro caxão. “Mas quem é esse tar, que fica esparramando caluna e mentira só pra revorta as população?”, preguntava irritado uns coronér, que mamava nas teta do podê, mais pro povo nada queria fazê. Antão resorveram se reuní, e apesá do desemprego, da farta de moradia e ité fome o povo passá, os coronér chegaram pra votá em cada carruage, de faze ingrês invejá. Nessa reunião resorveram decidi no voto, quar seria o finar daquele homi que com seus dicurso e suas palavra, ameaçava o podre podê daqueles que se diziam democrada, que na verdade eram um bando de ditadô, e anssim a votação começô, mais arguns desses coronér sabia, que como toda regra, ali nem todos era vilão, tinha arguns que realizava obras, que favorecia a população, por certo não votariam contra aquele homi que era um pobre operáro revortado com a sirtuação. Aí um coroner do norte, raposa véia e gorda pelos tantos ano de mordomia e comissão, decidiu violá o painér, onde seria apurado os voto daquela eleição. E pra isso num teve dificulidade não. Mas as coisa deu errada e descobriram sua traição. “Ajudá banqueiro falido, e robá do povo tudo bem, mais traí nóis, isso é crime sem perdão”. dispois de dizê isso, os coronér resolveram fazê uma tar cassação. O homi que pro povo oferecia sarvação, foi crucificado em arguma árvore do sertão. Mais a raposa esperta, com ar de arrependida e dispois de muita ameaça e negociação, apesá de corrupto e mentiroso, vorto pra suas terra no norte e foi carregado no colo, por um povo que é sofrido e trabaidô, mais condena as uva, e faz da raposa o sarvadô.

Poema de Orlando