No pé da árvore
As aves de rapina sobrevoavam o céu cinza em círculos.
Um ser inerte no meio da mata destoava do ambiente.
O ventre com gases pronto para causar uma explosão natural.
Ratazanas loucas, alarmavam de um lado para outro.
O momento era crucial e mórbido.
As moscas negras salpicavam de ovos o corpo imóvel,
A criatura entregue ao tempo frio e cálido.
Num momento desmancha-se no chão um líquido aquoso.
Nojo? não... talvez compaixão.
Secam-lhe as veias, enruga-se a pele,
Vão-se os cabelos, levados por pássaros para compor um ninho.
Já não importam os momentos, as flores só dão a cor ao ambiente.
A chuva molha o tempo, espanta os pássaros, os ratos e moscas.
Lava o corpo, desmancha a pele, explodem os ovos.
Com a água, forma-se a correnteza,
Leva a pele, a roupa mistura a terra.
Sobrando só os ossos.
Rapidamente chegam os predadores e destroem os ossos.
Finalmente nada existe.
Nunca existiu
Morreu desde o primeiro momento.