COMO O TEMPO

Com o tempo...

Ganharemos outro rosto,

E a pele tornara-se, mas sentida,

O amor será posto de um novo gosto,

E já não teremos palavras

Para as mesmas rimas!

Com o tempo...

Cada palavra indicará uma saída,

E nossas mãos só se perturbarão em ata,

Apenas o que nos liga,

Com o tempo...

A carne de tão viva,

Torna-se a grande ferida,

Fadiga; é carregar um corpo que já não nos abriga!

Como o tempo...

O relógio é peça que não nos anima,

Embora, sonhar: água pura de cacimba.

Beber o espirito cheio e sustenta um corpo já caído.

Há um poema tão trivial, neste ser combatido.

Com o tempo...

A folia é mover-se em todos os sentidos,

É arrancar o lodo frio e triste bem cedo,

É gozar, sem ter sequer inda um desejo,

É usa neste corpo; lapear,

Para repousar bem-feito!

Com o tempo ganharemos outro rosto,

E a pele tornara-se, mas sentida,

O amor será posto de um novo gosto,

E já não teremos palavras

Para as mesmas rimas!

Como o tempo...

... só as ruínas!

Severino Filho
Enviado por Severino Filho em 14/02/2015
Código do texto: T5136588
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