O DIA QUE NÃO VEM

o dia que não vem

mata-me aos poucos

impõe morte virulenta

é o caos que visita

e adormece por dias

tenho pressa e nenhuma emboscada

o dia que não vem

é forte feito prece

ocupa meus porões

dizima meus exércitos

em cerco sem fim

o dia que não vem

vem apenas em devaneios

mora em nuvens que não avisto

e não consigo catalogar

nada me cansa mais

que o dia que não vem

karma que não sei escapar

fé que não aprendi

como se renuncia

esperar o dia que não vem

é o meu modo de ter esperança

de ser resistente

um crente

a espalhar alegria falida

durante dias e dias

como única arma possível contra

a fria certeza do dia que não vem

Anderson Alcântara
Enviado por Anderson Alcântara em 13/02/2015
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