MISSA DO GALO

finda a festa

resta a face

pelas mãos ainda sujas de brilho amparada

trava a voz mas, inclemente, não nasce

o pranto confortador pelas luzes apagadas

finda a festa

sobra a porta

pelo último convidado não cerrada

e que ainda dança mesmo estando a música morta

bebendo gelo derretido à saúde da noite errada

finda a festa

eis as moscas

deleitando-se no nectar das garrafas quebradas

a casa vazia depois da festa ainda tem janelas foscas

pela nicotina e pelo almíscar na atmosfera viciada