Arte e Crítica
Belo dia e por acaso,
na velha pedra cinzenta,
tomado por franco azo,
da tarde tão calorenta,
o homem borrou a pedra,
com a lama pardacenta...
Ficou horas a olhar,
a arte de sua mão...
Foi feliz ao contemplar
prodigiosa criação...
Sequer viu se aproximar,
quem com a sua razão,
chegou para criticar...
De lá pra cá, confusão!
O mundo não é o mesmo...
Um a burlar a ilusão,
outro a gemer no ensimesmo...
Razão, qual dos dois terá?
Com visões tão antagônicas,
um tentando embelezar,
a mesmice das distópicas,
tardes que ainda virão,
outro a tacar seu ferrão...