XILOPOEMA
madeira que cupim não rói
dessa é feita a mobília da alma
bate o prego que fura mas não dói
e a dor, se vier, se trai e acalma
madeira que se faz casco
quebra a maré na noite do tufão
nem perante puro aço teme o fiasco
e segue incólume sua direção
sou caibro, sou viga
sou pinho-de-riga
tu és preciosa
sou tronco, sou mourão
sou caramanchão
tu és peroba-rosa