de sereias e quimeras
eu sou da água
de ondulações, sibilos,
sussurros, redemoinhos,
mares e lagos.
mas se for preciso
finco minha carne na terra,
faço rachaduras
na espinha ereta.
também sou do céu
e do sangue.
se for preciso ser sereia
na areia, eu vou.
não mais pra rastejar,
mas pra cantar.
quero que ouças
o meu canto,
mas nunca sei
se tu vens.
eu já canto há tanto.