FLOR DE POESIA
Nem só de poesia
nutre-se o nosso
amor; mas o canto
poético sempre
emana dos nossos
corações amorosos,
cuja inspiração
provêm das flores
campestres que
aromatizam a
noite no sertão.
Então, qual flor
de poesia é o
nosso amar sob
o luar tão cheio
de fulgor; quando
o silêncio noturno
é quebrado com
o ruído do fluir
das águas do
ribeirão; banhando
os peixes ribeirinhos
que se acasalam
num aquático amor;
enquanto a mãe
d'água já ressona
sob o leito do rio
às margens de
espesso aluvião.
Permutamos
suaves carinhos
na quase silente
noite, dos sapos
que coaxam nas
beiras dos brejos;
eis que os aromas
das flores trazidos
pelo passar da brisa,
nos envolve qual
canto de ave noturna
com insônia, na
solidão das árvores;
e um forte gemido
de gozo de animal
no cio na encosta
do prado nevoento,
acelera o nosso
desejo tão esperado
de clímax amoroso,
na noite povoada
por fosforescentes
despertos pirilampos.
E é assim que, de
cada mover das
nuvens que cercam
o luar, brota o canto
poético que nutre
o nosso amor;
a semear na beleza
astral noturna,
o afeto unitivo
que une os nossos
corações amantes;
posto que, nossas
almas afins celebram
nas entranhas
da madrugada,
o modo supremo
com que Deus
harmoniza todas
as coisas, doando-as,
com absoluto amor,
a unidade eterna
do cosmo infinito.