HORAS TARDIAS

Como balouça triste o cipreste,

Folhas secas atapetam o chão

E o vento, malandro, é o vilão

Que sopra poeira e não se veste.

Pálida sombra que me deixa ébrio

Diante do calor que é pura agonia,

Gente que pranteia sua melancolia

No espaço incômodo do cemitério.

Longas horas me consomem a tez

Sazonada pela brisa rala e quente

Que impunemente me maltrata...

Sob o vulto da árvore é minha vez

De chorar num tempo intermitente

O húmus da saudade e da serenata!

De Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 11/02/2015
Código do texto: T5133163
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.