ALEGRIA, ALEGRIA

Eu te procuro, alegria,
nas horas amenas do dia,
nas horas doridas da noite,
quando sinto como açoite
a amargura alcançar-me,
tocar fundo a minha carne
deixando um sabor de desgosto,
um enorme desconforto,
um sofrer bruto, selvagem.

Te procuro pelo escuro,
nos becos escusos, a medo,
onde a miséria faz praça,
a luxúria, insone, espreita,
e os vagabundos noturnos
se reunem na desgraça,
partilhando o mesmo leito.

Onde estás, ó alegria,
que não te acho no dia,
na noite, também, não te encontro?
Eu te chamo em altos brados
procurando em todo lado,
mas, em vão, não me respondes.

Alegria, alegria, alegria!
Onde é que tu te escondes?

                
.  .  .
 
Espera findar a luz do dia
 e escuta bem o que te digo eu
 encontrarás dupla alegria
 fugindo comigo no breu...