Homem Animal

Os pés cansados,

Machucados de pisarem em espinhos

E andarem em vão na vasta estrada.

Calejados e sangrando

Por andarem descalço.

Mãos frias,

Suadas, sujas, grossas e magras

Mas com a carne de um homem.

Homem animal.

Olhos profundos,

Negros, escuros e vermelhos

Cobrem com indignação

O rosto magro que ocupam.

Corpo magro, ossos expostos

Com marcas e cicatrizes

Feitas de vida de um homem

Homem animal.

Imaginação fértil,

Permite saborear diversas formas

Que se se perdem no nada.

Nada de um sonho esmagado.

O vazio como esperança

No corpo de carne,

Na dor de um homem.

Homem animal.

A fé se perde no vão das estradas,

Quando as flores são pisadas pelos mesmos que o pisaram,

E sem razão feriram-lhe o peito

Arrancando o coração de alguém ainda vivo.

O tempo,

Não tem a ver, ou diz alguma coisa.

No caminho se encontra o mundo

Por onde passou alguém,

Alguém que não teve tempo para esperar

E receber o próximo.

Receber o Homem Animal.

Waldisson Cardoso
Enviado por Waldisson Cardoso em 10/02/2015
Código do texto: T5132360
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