Homem Animal
Os pés cansados,
Machucados de pisarem em espinhos
E andarem em vão na vasta estrada.
Calejados e sangrando
Por andarem descalço.
Mãos frias,
Suadas, sujas, grossas e magras
Mas com a carne de um homem.
Homem animal.
Olhos profundos,
Negros, escuros e vermelhos
Cobrem com indignação
O rosto magro que ocupam.
Corpo magro, ossos expostos
Com marcas e cicatrizes
Feitas de vida de um homem
Homem animal.
Imaginação fértil,
Permite saborear diversas formas
Que se se perdem no nada.
Nada de um sonho esmagado.
O vazio como esperança
No corpo de carne,
Na dor de um homem.
Homem animal.
A fé se perde no vão das estradas,
Quando as flores são pisadas pelos mesmos que o pisaram,
E sem razão feriram-lhe o peito
Arrancando o coração de alguém ainda vivo.
O tempo,
Não tem a ver, ou diz alguma coisa.
No caminho se encontra o mundo
Por onde passou alguém,
Alguém que não teve tempo para esperar
E receber o próximo.
Receber o Homem Animal.