RAONI
Antonieta Lopes
O nobre chefe indígena invade,
Aguçando o olhar, as avenidas,
Curioso, ele procura novidade,
Longe das selvas densas e floridas.
Esqueceu do Xingu a tranquilidade,
Via sem atropelos e batidas
E por mais que o barulho desagrade,
Deslumbram-no vitrinas coloridas.
Que digo? um chefe indígena? um garoto,
Uma graça do céu feita menino,
Um netinho bem vivo, muito afoito.
Em BH o miúdo peregrino,
Mais fora d'água que um travesso boto
Quis voltar ao silvícola destino.