Do Navegante Amor

Destranque as margens desse coração;

que, hoje, sou água; e quero entrar

na sua, já seca sala de estar,

por tantos sonhos que, nela, não estão.

Sinta, no leito vazio do olhar,

meus olhos fluirem, feito ribeirão;

aos poucos, numa delicada vazão,

de quem perdeu a cega visão de mar!

Quero encher o seu coração vazio

com as minhas mansas águas do carinho

e, depois de enchê-lo, bem de mansinho,

(um riacho...um ribeirão...enfim, rio)

navegar com o meu amor de navio;

que não quer mais outro coração marinho.

08-02-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 08/02/2015
Reeditado em 11/12/2015
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