Canto

Canto

 

Canto dessas coisas que faltam,

do que só em sonho existiu.

Miudezas que tanto exaltam

a retórica que ruiu.

E pereço incessantemente

essa dor dolorosamente,

todo curioso da queda

quando perdura o que degreda.

Mas em mim tudo foi forjado

por cativos apagamentos

quando disposto e comparado

a distintos alumbramentos.

Canto das miúdas ausências

para grandiosas carências.

E isto não é um soneto.

É um falido poemeto.

(Do livro "Monólogo do poema ensanguentado", disponibilizado em pdf no blog https://monologodopoemaensanguentado.wordpress.com/ .)