Saudade
Acanhado, escondo-me do mundo.
A verdade que eu busco é uma quimera.
No tormento que me ronda e dilacera,
Eu me perco no abismo, no profundo.
Lembranças do passado me atordoam.
Tantos beijos onde encontrei minha alegria.
A saudade que me aperta não perdoa,
E agora eu não entendo a agonia.
Vejo flashes de alegria na memória.
Abro os olhos e me acho na tristeza.
Leio recados de carinho e de glória,
Onde hoje eu não encontro mais beleza.
E vou tentando descansar o pensamento,
E fecho os olhos pra ficar só um momento,
No silêncio que descansa a mente aflita.
No peito ainda aperta a saudade.
Essa dor, sentimento irmão de eternidade,
Onde a paz no coração talvez exista.
IGOR TENÓRIO LEITE