QUERENÇA
Afonso de Castro Gonçalves
Quero ninguém que não mereça,
pareça ser o que não é,
e assim, sem mais, me esqueça.
Quero ninguém que se entristeça
por coisa à toa qualquer,
que perca a ponta e a cabeça.
Quero ninguém que esmoreça,
deixe a peteca cair,
que num minuto anoiteça.
Quero ninguém que viva avessa
às maravilhas por aí...
ninguém que, querendo, feneça.