O QUE EU QUERO
(Sócrates Di Lima)
O que eu quero,
não posso ter,
Nem espero,
Está distante do meu querer.
O que eu quero,
está no universo,
E por mais que venero,
Só a tenho em verso.
É como a noite que chega mansinha,
Feito as peçonhas do meu caminho,
Ou como uma avezinha,
Que se mata lentamente longe do seu ninho.
É como a saudade que vai e vem,
Feito raios de noites frias de luar...
Como as ondas de um mar bravio também...
Que se arrebenta nas rochas sem reclamar.
O que eu quero, está ali...
Aqui, ou acolá...
É tudo que meus olhos veem ai...
Mas, que nunca chega cá.
O que eu quero...
"É a sorte de um amor tranquilo..."
Com graça e esmero...
Que não se importe com isto ou aquilo....
O que eu quero,
Nem posso tanto imaginar...
Está não sei onde, talvez nem prospero,
Nem busco, porque não quero o amor escandalizar.
O que eu quero,
Foi, é, ou, ainda, será....
E por isto considero,
Um calvário que passei e nunca passará.
O que eu quero, só o destino sabe...
Está por ai em algum lugar...
Toma forma de tudo que no amor cabe,
Só não toma forma do meu amar.