DELÍRIOS DE PROMETEU

Na cauda fumegante de um cometa

meus gametas sempre algemados aos teus.

Dei a volta em torno do azul planeta

fui guiado pelas nobres mãos de Zeus.

Morfeu vigiava nosso sonho

ocupado, deslumbrado, na façanha

da galáxia mais próxima tão risonho

enrolando seu cigarro de maconha.

Teseu com seu novelo multicor,

perdido no labirinto infinito,

com ciúmes ao perceber o nosso amor

derrotou o minotauro esquisito

fez silêncio, em surdina baforou,

e no ensejo enrolou um outro pito.

Prometeu apertava um baseado,

sossegado instigando as criaturas,

reverenciando a erva com candura,

delirando, tão inerte viajava,

inalava a fumaça concentrado,

observando os terráqueos alienados

sem ter asas despencando das alturas.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 05/02/2015
Código do texto: T5126574
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