DELÍRIOS DE PROMETEU
Na cauda fumegante de um cometa
meus gametas sempre algemados aos teus.
Dei a volta em torno do azul planeta
fui guiado pelas nobres mãos de Zeus.
Morfeu vigiava nosso sonho
ocupado, deslumbrado, na façanha
da galáxia mais próxima tão risonho
enrolando seu cigarro de maconha.
Teseu com seu novelo multicor,
perdido no labirinto infinito,
com ciúmes ao perceber o nosso amor
derrotou o minotauro esquisito
fez silêncio, em surdina baforou,
e no ensejo enrolou um outro pito.
Prometeu apertava um baseado,
sossegado instigando as criaturas,
reverenciando a erva com candura,
delirando, tão inerte viajava,
inalava a fumaça concentrado,
observando os terráqueos alienados
sem ter asas despencando das alturas.
Saulo Campos - Itabira MG