CORAÇÃO CHEIO DE AMOR

Antonieta Lopes

A gente fica velha e o coração

Continua batendo inquieto,

Fortes ainda as abatidas vão

Tocando alguém - um filho, filha, neto.

Mais velha, mais aumenta a proporção

Dos requerentes mil do nosso afeto,

Todos cabem, amados todos são

Sensíveis alvos desse amor dileto.

E como pode um órgão tão pequeno

Tanta gente caber e tanto amor?

Sem medo, riscos, sem vazão, sem dreno?

Mistério tão sublime e encantador,

Que de jovial ardor o torna pleno,

Que "nova em folha" faz-me até supor.

Antonieta Lopes
Enviado por Antonieta Lopes em 05/02/2015
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