Inocentemente
Mesmo que não haja destino
Cabe dizer
Que só ele sabe forçar
O natural a acontecer
Não exige nada em troca
Mas é imperativo
Ordena disfarçado
Que não há caminho alternativo
Não é cruel
Age com maestria
Domina a arte do saber
Como trazer a alegria
Aquela que não se percebe
A que se vive sem pedir
A que é autêntica e efêmera
Pois você descobre e quer interferir
É como a doçura da infância
Roubada pelos ávidos anseios por crescer
É como o pôr do sol
Intenso, mas se apressa a esmaecer
Talvez seja a brevidade dos momentos
Que os torne encantadores
Suas singularidades passageiras
Jamais revividas pelos atores
Não, não interfira!
Não traga o fim antes da hora
Deleite-se inocentemente
Porque tudo acaba sem demora