Cápsula do Tempo
Intentei criar, como muitos o fazem, sonhadores,
Uma cápsula do tempo onde gravasse os temores
Deste tempo em que vivemos, para a posteridade,
Para que um dia soubessem, por toda eternidade.
Juntei recortes de tantos jornais e revistas atuais,
E os descartei, pois somente apresentam bacanais
Que ocorrem no mundo, em Brasília e em todo Brasil,
Com u´a malta que deveria sumir a tiros de fuzil.
Por não encontrar neste tempo nada que preste,
Aproveitarei, então, o tempo que ainda me reste,
A colecionar alguns poucos livros, músicas e cantos,
Que já deverão ter sido preservados, no entanto.
Triste ver, das últimas quatro décadas que vivemos,
Tão pouca coisa nos restar para que aproveitemos,
Para deixarmos a nossos filhos e netos como legado,
Do tudo que era tão belo e que não foi preservado.
Os lagos, rios e fontes foram vilmente depredados,
Das florestas restaram somente troncos incinerados,
De nossos mares, outrora tão azuis e acolhedores,
Foram extintos todos os peixes, seus reais senhores.
Vimos, todo dia, durante anos, sem qualquer cerimônia,
Serem extraídas árvores seculares de nossa Amazônia,
Nossos recursos naturais serem roubados e levados,
Impunes, para o exterior por alguns muitos desalmados.
Descartei, enfim, todas as imagens de bundas e peitos,
Que proliferam nas publicações, sem qualquer respeito,
Descartei as infindas e tantas meras exaltações de egos,
Que fizeram que andássemos em círculos, como cegos.
Olvidamos que é infinitamente mais importante que ter,
Para nossa total felicidade, suprirmos o anseio de ser,
E que toda a beleza e imensidão do céu pode ser contida
No simples fulgurar de uma poça d´água, ao refletida.
Para que não concluam que este foi um tempo perdido,
Em que não houve amor, que alguém não o tenha sentido,
Permiti-me preservar as centenas de poemas que te fiz,
Que comprovam que, ao menos, por um tempo fui feliz.
Guardei, para que alguém, se a encontrar, saiba um dia,
Contudo, o tanto que te amei e cantei em minha elegia,
E junto a teu e meu retrato, repleto de carinho incontido,
Depositei, também, na cápsula, meu coração tão sofrido.
Intentei criar, como muitos o fazem, sonhadores,
Uma cápsula do tempo onde gravasse os temores
Deste tempo em que vivemos, para a posteridade,
Para que um dia soubessem, por toda eternidade.
Juntei recortes de tantos jornais e revistas atuais,
E os descartei, pois somente apresentam bacanais
Que ocorrem no mundo, em Brasília e em todo Brasil,
Com u´a malta que deveria sumir a tiros de fuzil.
Por não encontrar neste tempo nada que preste,
Aproveitarei, então, o tempo que ainda me reste,
A colecionar alguns poucos livros, músicas e cantos,
Que já deverão ter sido preservados, no entanto.
Triste ver, das últimas quatro décadas que vivemos,
Tão pouca coisa nos restar para que aproveitemos,
Para deixarmos a nossos filhos e netos como legado,
Do tudo que era tão belo e que não foi preservado.
Os lagos, rios e fontes foram vilmente depredados,
Das florestas restaram somente troncos incinerados,
De nossos mares, outrora tão azuis e acolhedores,
Foram extintos todos os peixes, seus reais senhores.
Vimos, todo dia, durante anos, sem qualquer cerimônia,
Serem extraídas árvores seculares de nossa Amazônia,
Nossos recursos naturais serem roubados e levados,
Impunes, para o exterior por alguns muitos desalmados.
Descartei, enfim, todas as imagens de bundas e peitos,
Que proliferam nas publicações, sem qualquer respeito,
Descartei as infindas e tantas meras exaltações de egos,
Que fizeram que andássemos em círculos, como cegos.
Olvidamos que é infinitamente mais importante que ter,
Para nossa total felicidade, suprirmos o anseio de ser,
E que toda a beleza e imensidão do céu pode ser contida
No simples fulgurar de uma poça d´água, ao refletida.
Para que não concluam que este foi um tempo perdido,
Em que não houve amor, que alguém não o tenha sentido,
Permiti-me preservar as centenas de poemas que te fiz,
Que comprovam que, ao menos, por um tempo fui feliz.
Guardei, para que alguém, se a encontrar, saiba um dia,
Contudo, o tanto que te amei e cantei em minha elegia,
E junto a teu e meu retrato, repleto de carinho incontido,
Depositei, também, na cápsula, meu coração tão sofrido.