O Inusitado

Não vou buscar lá no fundo

o que estava guardado,

o inusitado...

Pego tudo que boia,

tudo que está à flor da pele.

Tudo que não congele.

Pego qualquer pinoia.

Meu poema não é uma joia,

para ficar trancado

e não ser roubado.

Meu poema é o devorador do certo.

É um mar aberto

às intempéries da literatura.

Às vezes é só uma loucura,

brincando com o alfabeto.

Na verdade meu poema é:

um conglomerado de rimas,

ofuscando o brilho

das obras primas.

04.02.2015