SE ACASO EU NÃO CHORAR

Nem mais um cálice

para embriagar o meu silêncio torto,

nem mesmo um cale-se,

para sufocar esse meu grito morto.

Nem um adeus, nem até breve,

para tornar mais leve meu aborto.

Pode fechar a porta sem ter medo,

espalhe meus segredos por aí,

Diga que amo à toa a qualquer pessoa

que tenho o dom de me iludir.

O resto desentoa em qualquer penar,

mas peço me perdoe se eu não chorar.

Castigue-me se não pequei direito,

se não fui perfeito, não tive outro jeito.

Sei que desejava um anjo pervertido,

porém um anjo desvalido, como eu,

não se encaixava em sua ilusão,

mas tudo bem, você não entendeu.

Saulo Campos - Itabira MG

Saulo Campos
Enviado por Saulo Campos em 04/02/2015
Reeditado em 04/02/2015
Código do texto: T5125246
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