Poema da diversidade
Hoje não saio
porque não tenho batom
O meu peito desaba
por falta do sutiã
O tempo não está bom
O tempo não está...
Sair pra fora de mim
Sem ver quem sou, não estou a fim...
Torneei o meu olho
com lápis gasto de ontem
eu acho está borrado
o traço é de homem
o meu rosto é largo
tem qualquer coisa de estranho
veja minhas orelhas
pra que tanto tamanho?
Entrar para dentro de mim
Sem saber quem sou, não estou a fim...
O meu sorriso de mona
alisa o meu não querer
Os meus cílios postiços
não piscam em você...
A minha bota descalça
não calça mais em mim
os passos desgastados
dessa vida, em fim...
O tempo passou, eu sei
mas não me deixou ser eu
sem o meu batom, sutiã e bota
não tenho identidade, tou morta!