Do Pedinte

Peço, no meu café, só a luz da manhã...

para o sol-pajé, cura de alegria;

pois essa noite é vaga, triste e vã;

e tanto que (até) morte eu pediria.

Mas meu mal pedido, lua da dor afã!...

perde o sentido quando chega o dia...

quando vem vestido de sorrisos de lã;

e, reaquecido, nego a morte fria.

Sou pedinte da luz...do sol de amanhã

pois já não me seduz, a lírica sombria

que, hoje, reproduz sua dor anciã,

lua dos olhos nus e da boca vazia!...

peço o alcaçuz, se me dá nostalgia...

e, se seu lento blues, peço passos de rã.

03-02-2015

Torre Três (R P)
Enviado por Torre Três (R P) em 03/02/2015
Reeditado em 11/12/2015
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