CASA DE REPOUSO
Para aos filhos tudo dar
A vida toda lutou
O tempo passou
A idade chegou
Os movimentos ficaram lentos
A vista enfraqueceu.
No lar do filho pesou.
Gemendo ao vento
Do olmo caem as folhas.
No jardim baldio
Da casa de repouso.
Condenado pelos filhos,
A ilha de atroz degredo,
Com a dor estampada
No olhar esmaecido
Ecoa saudade em casa alheia.
Oh! Lembranças de mágoa revistada.
Até o próprio esquecimento o abandonou.
A cor dos sentimentos,
O tempo em farrapos transformou.
Oh! Dor que nem dói mais.
Pobre velho condenado ao degredo!
Pela dor da ingratidão, só é um
Sepulcro vivo, de senil degredo.