CASA DE REPOUSO

Para aos filhos tudo dar

A vida toda lutou

O tempo passou

A idade chegou

Os movimentos ficaram lentos

A vista enfraqueceu.

No lar do filho pesou.

Gemendo ao vento

Do olmo caem as folhas.

No jardim baldio

Da casa de repouso.

Condenado pelos filhos,

A ilha de atroz degredo,

Com a dor estampada

No olhar esmaecido

Ecoa saudade em casa alheia.

Oh! Lembranças de mágoa revistada.

Até o próprio esquecimento o abandonou.

A cor dos sentimentos,

O tempo em farrapos transformou.

Oh! Dor que nem dói mais.

Pobre velho condenado ao degredo!

Pela dor da ingratidão, só é um

Sepulcro vivo, de senil degredo.

Zulema Costa Mello
Enviado por Zulema Costa Mello em 02/02/2015
Código do texto: T5123355
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