SIMBOLO

"Vana scena, vana pompa."

" Forma vana, vita vana."

Oh! Inanitas inanis!"

Martinus à S. Brunone

O oceano parece um lago de cobalto:

Ao longe, como um globo enorme de ouro mate,

Vai mergulhando o sol... Alto e sempre mais alto,

Clangora a onde a espumar colérico rebate!

Que faz a rocha ao mar?... Nesse, velho combate

Jamais cessa o rancor, jamais se finda o assalto

É um punho fachado e colossal que bate,

Noite e dia, no peito escuro do basalto...

Que fez a rocha ao mar? Que sanhas violetas

Erguem dos vagalhões os formidável ombros,

Na treva sacudindo as jubas alvacentas?...

Não será desta Vida o símbolo patente?...

À porta do infinito, a Alma, cheia de assombros,

A bater, a bater desesperadanente?...

1900, 30 de agosto -

(Publicado no Diário de Notícias com o Título:

SONETO, em 30 de agosto de 1900.)

Publicado na antologia PARNASO BRASILEIRO

- "Cem Poetas Contemporâneos" por Afonso Costa.

Barcelona. Casa Editorial Maucci (s/data)

DR. EGAS MONIZ BARRETO DE ARAGÃO (PÉTHION DE VILLAR)
Enviado por Francisco Atila Moniz de Aragão em 02/02/2015
Código do texto: T5123053
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