A TRAVA
Tortuoso pensar em tudo
O todo pende ao absurdo
Segue calado covardemente
Se diz que ama, mente
Pois por herança, nada sente
Um senhor de caídas pálpebras
Traz a dor nos olhos fundos
Suas mãos de calos pensativos
Removem das entranhas da terra
Toda sorte de bons frutos
Ganha um quinhão do seu suor
Por que assim desse mundo se entende
De nada adianta ser sabido
Olhar para as coisas aparentes
Não se aparentando de nenhum ser vivo
Das falsas coisas que'stou cheio
Me farto cedo todos os dias
e regurgito sem regozijo
Travando a língua