CIRCUNSTANCIAIS

Durmo sonhos na brancura do catre

E me vejo vulto sob o brilho noturno.

Meu pensamento no silêncio desnuda

A sombra que vagueia tonta e perdida

Pelo soalho de cascalho rente à areia.

Pelo olhar onírico desvendo nuances

De cores amorfas traçando caminhos

Em busca da saída entrecortada pelos

Ventos que sopram utopias nos vales

E levam consigo o respirar da mentira.

Pesadelos atrozes flutuam na mente

E assisto a cenas que traduzem terror...

Minha inconsciência se agita. Febre!

Desperto amalgamado por intenso sono,

Ruína das tempestades do corpo quente...

Imenso deserto de solidão reina na noite

Cutucando o vácuo sombrio dos açoites

Que sibilam granizos que tocam o chão

E adornam a enseada da passarela morta

De vagas que zunem na imensidão inóspita.

A verdade sobrevive à agonia extrema

Soterrando a hipocrisia nas montanhas frias

E libertando a esperança dentre os cárceres

Enlameados por pântanos ignóbeis e cruéis,

Porém envenenados pelas próprias peçonhas!

De Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 31/01/2015
Código do texto: T5120635
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