MEU SERTÃO
Cheguei olhei lá fora,
o sol encrustara entre as montanhas,
o vento assobiava sua canção,
meu coração ressoava um cântico,
ao fitar de longe este sertão.
Este sertão que tantas vezes nascera,
e que tão lânguido ousa penetrar na minha imagem,
lembro que tão pequenino e inocente,
corria as ruas de passagens.
Este sol que me queima as costas,
não me causa dores, oh não causas,
sinto a força , a fé de meu sertão,
o verde lindo, o cheiro da boiada.
Sinto a lua sempre mais bela,
reluzindo as ruas empoeiradas,
sinto o riso aberto e franco,
daquela que foi minha namorada.
E o vento tão forte batendo,batendo
querendo,querendo
entre risos e palavras,
e correndo,correndo chega a notícia ,
que um dia deixaria minha amada.
E hoje retorno as plagas abertas,
de um lindo sertão sonhado,
onde já não vejo o riso,
nem o sertaneja tocando boiada.
E a amada que na infância foi amada,
hoje noutros braços tão estranhos,
já nem lembra mais que me amava.